sexta-feira, 16 de abril de 2010

Gladis!

Passamos por situações em nossas vidas que nos fazem voltar no tempo, rever histórias, situações. É como rever o filme da sua vida.

Nesta semana minha irmã foi para o hospital e teve que ficar internada para realizar alguns exames. Ela tem um tumor no cérebro e a primeira coisa que me veio na cabeça foi: -Ela terá que operar de novo. E tudo o que vem antes e depois dessa cirurgia me fez estremecer e ficar com medo por ela.

Não foi uma época fácil, para ela, é claro. Ninguém quer, em sã consciência, ter a cabeça raspada e cortada de orelha a orelha, ninguém quer, mesmo que seja o melhor neurocirurgião do país, ter as mãos dele tocando seu cérebro para tirar um tumor, e deixar seqüelas.

Ninguém quer, sedado ou não, acordar com a cabeça grampeada. E ter que ficar assim por meses. Ninguém quer, por mais que odeie alguém, perder o olfato, o paladar, ter que sentir dores de cabeça, mesmo depois de ter arrancado fora um tumor, pelo resto da vida.

E com tudo isso, revi nossas histórias. E elas foram muito boas. Estávamos juntas.

Histórias que só poderiam ser vividas com ela, minha irmã.

Fiquei mais triste ainda, porque estava à alguns dias sem falar com ela, coisas de irmã. Me puni, porque no momento em que ela mais estava sentindo dores, eu nem imaginava que ela passava por aquilo, e pior, ela estar revendo este filme horrível que ela conhecia, o meio e o final, sózinha.

Como ser humano, fui falha, como irmã, o que fiz, foi imperdoável. Se estivéssemos conversando, eu saberia pelo quê ela estava passando.

Por isso, temos que nos manter unidos, sintonizados, uns com os outros, porque, como sempre eu digo, nós nunca sabemos o que o outro está passando.

Se ela me pedisse para, de joelhos, pedir perdão pela minha falha, eu o faria, e em cima de milho. EU NÃO ME PERDOÔ POR ISSO.

Mas ela está em outro patamar. Hoje acabamos de conversar. Ela não estava bem, mas pude ter o prazer de ouvir o que ela tinha a dizer. Não pude estar lá com ela, mas sei que de alguma forma, ela falar e eu ouvir, amenizou o que quer que fosse que ela estivesse sentindo.

Estar presente na vida de alguém é isso. É o estar sempre por perto. Não fisicamente. É estar inteiro, atento, enquanto o outro precisar, nem que isso seja feito em forma de telefonemas, email-s, carta, sinal de fumaça, bater tambor...seja lá o que for.

Precisamos nos preocupar mais com o próximo, e a ajuda, qualquer que seja, será muito bem-vinda.

Todos tivemos maus momentos, passamos por maus bocados.

Mas saber que alguém se importa conosco é o que mais conta, é nesta hora que podemos tirar um pouco de força para continuar. Para prosseguir.

Este é meu pedido de perdão. E sei que ele foi aceito.

AMO VOCÊ GLADIS....

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